segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

MUNDO MORTO


Sonhos de saudades
Alucinações de realidade
Queimando sua alma
Numa estufa sem efeito
De um mundo com defeito
Humanidade perdida
Celebrando vitórias
Matando para viver
Esmagando a própria vida
Com ambições inglórias
Deus chora sua criação
Com a criatura impura
Desafiando o Criador.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ESPERA


Quem espera
Se desespera
Quem espera
Quem nunca chega
Quem espera
Fica pateta
Quem espera
Está sempre alerta
Quem espera
Nunca prospera
Quem espera
Sempre há de esperar
Quem espera
Se cansa
Quem espera
O esperado
Morre sentado

FILOSOFIA REAL


Muito sozinho estou
Perdido em meus pensamentos
Refletindo a razão de ser
Em cada um dos meus momentos

Difícil saber agora quem sou
Estou constantemente em mutação
Como dizia o filosofo: eu sei que não sei
Estou parecendo um camaleão

Perdura a duvida do saber
Porque sou? Porque estou?
Só o tempo me responderá
Se fico ou se vou

E na escuridão da vida
Tateando a realidade pelo caminho afora
Procuro respostas precisas
Quero verdades certas agora

Acreditar na existência eu quero
Afastar de vez a falta do conhecer
Quero sentir o prazer da vida
Sem a ilusão de um falso amanhecer


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

EU SOU ASSIM


Sou um pássaro errante
Uma águia sem rumo
Tenho um coração inconstante
Tenho ido a lugares distantes
Vago pela vida sem destino
A procura do amor perfeito
Dou-me por completo
Em troca nada espero
Sou cachimbo sem fumaça
Sou carro sem motor
Avião sem asa
Minha vida é uma estrada
Com ponto de partida
Sem linha de chegada
Estou numa eterna procura
Em uma infindável crise existencial
Sou menino, sou moço e sou velho
Quero sempre o que não posso ter
Tenho aquilo que nem sempre eu quero
Tenho por ter e quero sem querer
Sou guiado pela linha do destino
Como um trem desgovernado
Atropelando implacavelmente a vida
Eu sou assim
Louco em minha sanidade
Feliz com minha tristeza
Amando mais o espinho que a rosa
Porque o espinho é a essência da flor
Eu sou assim, e é assim mesmo que eu sou.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DESESPERANÇA


Louco sou
Louco fui
Louco serei

Beijo a lua
Abraço o sol
Durmo no mar

Insanidade débil
Realidade desvairada
Profundamente raso

Espírito errante
Alma angustiada
Corpo doente

Amor machucado
Amor sozinho
Amor morto

Vida arruinada
Ilusão iludida
Coração parado

Carência de ti
Ausência de mim
Fuga de nós...


LOUCURA DOCE


Escrevo sem medo de escrever
Escrevo para não enlouquecer
Perco a musa, a prosa e a rima
E com palavras escrevo minha sina

Tento soltar minhas letras sem errar
Tento o meu mundo louco salvar
Brado, exclamo, imploro ao infinito
Que solte a emoção de meu peito aflito

Vivo a beira de uma explosão
Vivo a tristeza em uma canção
Onde quem canta chora sem fim
A duvida entre o não e o sim

Sou um poeta sem gratidão
Sou órfão da inspiração
Dividido entre a mentira absoluta
Uma verdade muda e surda

Minha loucura está no papel
Minha insanidade é doce como mel
A caneta é quem controla a razão
Quando escrevo com o coração



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

DELÍRIOS DE UM POETA


Transbordo de amor 
Transbordo de prazer
Transbordo de alegria
Transbordo de emoção

Tenho carinho pra te acariciar
Tenho cheiro pra você cheirar
Tenho beijo pra te deliciar
Tenho você pra me amar

Agradeço ao sol e a lua
Agradeço a prosa e a rima
Agradeço a loucura e a sanidade
Agradeço ao ser ou não ser

Felicidade é querer
Felicidade é poder
Felicidade é ter
Felicidade é amar você

Faça por mim
Faça por você
Faça um favor
Faça acontecer

Quero invadir sem medo
Quero acampar em teu peito
Quero te amar com respeito
Quero você de qualquer jeito

Transbordo de felicidade
Fazendo você me querer
Agradeço a Deus por ter...

E amar você.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

SAUDADES EM CHAMAS


Meu corpo grita na imensidão
De cada amanhecer escuro,
Na esperança de sentir
Um toque seu em meu corpo.
No acordar da ausência do teu ser,
Pedindo o calor do seu amor
No acalento da minha alma.
Como brisa suave e fria
Em meu corpo em chamas,
E a triste certeza de quem se foi
Inundando um coração partido
Com a lembrança de nos dois.
De um amor sublime,
Na visão de quem pode ser,
Um amor caliente, envolvente;
Que nos mata friamente de prazer.


(Liu Bernardo – A. F.)

CONFLITOS


Estou perdido em um mundo vazio
Feito um cachorro vadio
Indeciso em minha decisão
De viver com a emoção ou a razão

Meu coração pede um caminho a seguir
Minha cabeça não consegue se definir
O peito transbordando de amor
Consumindo todo meu ser com furor

Quero viver intensamente esse amor
Me entregar totalmente sem pudor
Piro, surto, entro em transe em meus delírios
Me agarro nesta flor e me arranho em seus espinhos

Não tenho medo de amar, tenho medo de não ser amado
Ser ignorado, ser rejeitado e a tristeza de ser enganado
Eu reluto em enfrentar, com receio de me machucar
Sentimentos covardes não fazem parte do verbo amar

Então neste turbilhão conflitante vou mergulhar
Meu coração a você loucamente vou entregar
Sim meu anjo, meu sobrenome é coragem
Porque minha alma esta travestida com sua imagem.


terça-feira, 31 de julho de 2012

VERDADE


A vida nos angustia de tanta aflição
Toda vez que sentimos falta de alguém;
E é esse alguém que, presente, nos faz tão bem.
Essa ausência é como um pesadelo,
E tão frustrante quanto o acordar de um sonho bom.
E você só pode ser o que pode ser,
Nunca o que você quer ser, vida:
Vida implícita, doce vida, impiedosa;
Sendo feliz, faça sua vida forte,
Humanize seu sentimento interior
Dificulte sua felicidade, sem entristecer.
Mesmo sem você faremos a vida,
Cruzaremos a estrada escura do bem
Fazendo pessoas mais felizes, vivas.
Aquelas que choram suas felicidades,
Na procura incansável do reconhecimento,
Mentindo sua ausência física;
E acreditando numa verdade repetida.
Perdoando o que não há de se perdoar,
Frustrando um passado esquecido;
Projetando as decepções futuras
E morrendo de medo de amar.



quinta-feira, 26 de julho de 2012

DESEJO


Sinto a tua boa em minha boca;
Bem coladinha, cheirosinha,
Seu corpo apertado em meu corpo,
Como se fosse grudar e nunca mais separar.

Teus seios em brasas cortante
Queimando as minhas costas;
Apertavam-me,
Me apunhalando de tesão.

Sinto-te cada vez mais perto,
Teu cheiro tem gosto;
Exalas o sabor do amor,
Um amor forte e sem pudor.

Tu és minha sempre em mim,
Estou sempre em ti, para ti;
Prenda-me, amarra-me,
Faça-se minha, só minha...

O cheiro do ato feito de amor
Só o desejo de amar ficou;
O gosto gostoso de quero mais;
O antes, o durante e o depois.



domingo, 22 de julho de 2012

MOMENTO SIMPLES


Em meio aos meus devaneios
Numa contagem repressiva
Nono, oitavo, sétimo, sexto...
Lembro-me de momentos simples
Momentos que tornaram a vida mais bela
Que marcaram nossos sentimentos
Marcas de felicidade em um coração
De sonhos imensamente vividos
Noites de insônias intensas
Das angustias ansiosas
Mas inesquecíveis momentos simples
A saudade de simples momentos
Do conforto de suas palavras
A coragem dos seus conselhos
Onde seu sorriso era apenas um detalhe
De um sentimento sincero...
Ainda hoje eu ouço suas palavras
Ouço o eco dos gritos
Seus conselhos encorajadores
O carinho da inocência
A sinceridade sincera de seu sorriso
Quando me lembro de você, de vocês...
O céu sorri com o brilho das estrelas
Olhando para o infinito
Sinto a paz que emana de vocês
Nos nossos momentos simples
Momentos de eterna amizade.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

CHEIRO DE MULHER


Me delicio com seu perfume
Gostoso sabor de erva-doce
Me embriago em seu cheiro
Me perco em seu odor de fêmea
Odor que chama e proclama
Me possua com furor.
Teu corpo o controle assumo
Dele agora sou dono
Faço delírios em seus gemidos
Preencho seus espaços
Te levo ao paraíso
Te dou inúmeros orgasmos
Perco a razão e ganho tesão
Com teu cheiro de mulher

PRECONCEITUAR


O cansaço tomou posse das minhas energias
Não tenho mais fôlego nem alegrias
Estou desanimando com tudo enfim
Estão tirando a minha vida de mim
Para isso tudo não tenho respostas
Apenas uma sensação de almas mortas
O preconceito é um grave pecado
O errado sempre será errado
O ser humano é sujo em tudo
Cego e mudo com a violência do mundo
Discriminar e ainda achar bonito
É viver no corpo e morrer no espírito
Pode ser apenas um gaguejar
Ou um maluco beleza a delirar
Um delicado homossexual
Ou um portador de Down
Ter preconceito é preconceituar
Olhar só pra si e a outros discriminar
É viver uma grande mentira
A verdadeira mentira da vida

sexta-feira, 1 de junho de 2012

ALEGRIA DE COPO


No desequilíbrio da vida
O bêbado caminha sem rumo
Cantando sua alegria de copo
Em cada esquina uma parada
Em cada parada uma garrafa
Em cada porre uma ilusão
A vida errante sem destino
Indo e vindo cambaleante
Desejo de vida anestesiada
Para cada queda um novo levantar
Para cada amor uma desilusão
Para cada desilusão um novo amor
O botequim tem a cura do mal
A cura de um coração descrente
Até que o amor te faça de novo doente

terça-feira, 29 de maio de 2012

ODE À VIDA


Um fardo pesado nos ombros
Talvez a sina crua de um destino
Onde a benevolência há muito se foi
E o que ficou foi apenas o peso pesado da vida
Um fardo para o corpo, outro para a alma
Não há lástima, não há lágrimas, nem recusa
Só o conflito de um coração machucado
Diante das desventuras amargas do destino


Há um cansaço lastimável da alma
Onde a desistência da vida é inevitável
A única resistência ainda é a corporal
Reduzida apenas a um fio triste de teimosia
Teimando em não aceitar o implacável fim
A inevitável derrota da vida, da esperança
Quando a única alegria é o fim do sofrer
O fim do querer, do ter, do poder, do viver

A luta contra o inevitável é enfadonho
Esmurrar ponta de faca é pedir para sofrer
Preparando a mente para uma longa loucura
A insanidade é a cura para todo sofrer da alma
A morte à cura, para as chagas do corpo
Um corpo já morto, esmagado pelo peso amargo
O pesado fardo chamado desprezo, o desprezo do amor
Renunciando tudo, e a todos os sentimentos
De transformação da razão em emoção.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

FEITIÇO


Amor sem noção
Eu fico tipo assim
Meio que sem jeito
Sua imagem no espelho
Sem jeito do seu jeito
Jeito de menina
Jeito de mulher
Mulher criança
Mulher fatal
Perco a razão
Perco o juízo
Lhe entrego minha vida
Me faço poeta
Enalteço teu feitiço
Amaldiçoando sua paixão

terça-feira, 8 de maio de 2012

SABIÁ


Sabiá, sabe-se lá
O que ninguém sabe.
Sabiá não canta,
Disfarça seu choro
Em um canto triste.
Sabiá! Sê quem não é:
Sê prisioneiro
Do homem burro,
Que vê alegria
Na sua tristeza .
Sabiá grita liberdade,
Liberdade para cantar;
Cantar ao invés de chorar
Na prisão, Sabiá!

domingo, 22 de abril de 2012

POBRE HOMEM


Um homem caminhava cambaleante,
Ultrajado e ferido em seu orgulho,
De sua boca saia um grito silencioso;
Olhar triste e desesperançoso.


Nada se entendia em sua angustia,
Angustia suplicantemente doentia.
O olhar pálido de um moribundo,
Sofrimento imposto por nosso mundo.

O ultrajante declínio moral do ser humano
Em uma sociedade suja e imoral,
Que castiga implacavelmente seu cidadão
Deixando-lhe indefeso e sem reação.

Pobre homem que grita em silencio,
Desesperado em seu pedido de socorro
À espera de uma única e simples moeda,
Que o faça dar mais um passo nesta vida.


Sobrevivência torturante e dolorida
Em seu corpo e em sua alma,
E o próximo esta tão próximo e finge não ver
Uma mão estendida se fazendo perceber.

Sua sina me deixa sem rima;
Siga seu destino meu irmão
E que DEUS nos dê seu perdão.




CHORO


Estranho é esse canto que eu canto,
Que não tem nada de encanto;
Somente a lamuria de um pranto.

Estranho é esse canto que eu canto,
A agonia pálida de uma morte anunciada,
Convulsão epilética de uma estátua..

Estranho é esse canto que eu canto;
Nada existe na alegria dessa vida bandida,
Só restou uma melodia moribunda e atrevida.

Estranho é esse canto que eu canto,
Um gemido de uma dor chorada;
Um grito e uma revolta.

Estranho é esse canto que eu canto,
De um caminho sem sinais;
De um adeus até nunca mais.

sábado, 21 de abril de 2012

ESMERALDA


Um destino marcado,
A negritude revoltada,
Um carinho amarrado;
Esperança anunciada,
Olhar de inocência,
Sorriso de rainha;
Esmeralda, pedra verde,
Verde como a vida;
Madura como a morte,
Que vida sem sorte;
Um pão, uma mão,
Um gesto sem ação,
Palavra mortal...

Desnutrição.

quarta-feira, 11 de abril de 2012


A morte é violenta e brutal,
Ela arranca a vida pela raiz
Para não dar chance de renascer.
Para viver, e depois morrer
Sem saber o que é morrer;
Enquanto viver a vida perdida.
Perdida é a chance da vida viva,
E que venha como uma criança
Inocente e justa;
E que me leve bem leve
Em seus braços negros,
Na brisa gelada do seu voo
Para o além do nada,
Onde o tudo é o nada pleno.

domingo, 25 de março de 2012

MESTRE

Sabedoria de Mestre
Embutida na mente,
Encorajando o aprender
Em quem não quer.
Tem muito pra ensinar
Com paciência e fúria,
Louco e ambíguo. Vivo!

sexta-feira, 23 de março de 2012

CORTEJO

Um caminho curto
Com destino à eternidade;
Passos lentos e sem coragem,
Olhos marejados, molhados
De dor e angústia.
Celebrando a vida
Carregando a morte.

quinta-feira, 22 de março de 2012

SAUDADES

Sentir o coração bater acelerado,
Sentir um amargor na boca;
A vontade de estar ali, ou lá.
Pensamento em devaneio,
Sensação angustiante, frustrante,
Sentimento de nunca mais;
Perda irremediável,
Só restando a lembrança daquilo que já foi,
Do que já foi bom, e também ruim;
Sentimento muitas vezes cruel
Justificado apenas por quem já sentiu:
Saudades!
Saudades de um bem...de quem?
Saudades da infância passada,
Saudades de um amor,
Saudades do cheiro da flor,
Saudades da rosa despetalada.
Como já disse, sentimento cruel,
Mas quem sente saudades esta vivo:
Viveu!
Para chorar de saudades...



ROSAS

Não era qualquer mão que mexia;
Não é como uma simples colheita de cana,
E sim um toque especial e muito bacana;
Rosas amarelas, vermelhas, de toda cor.
Todas plantadas em um enorme corredor,
Delicada, sensível e manhosa rosa;
Linda, elegante e mimosa
Fazendo o mundo viver com mais amor.


ENCANTO

São seus olhos cor de mel, esverdeados,
Seus olhos são meus e os meus são seus;
Há quem diga que são castanhos,
Mas são mel acanelado, adocicado;
São melados de mel, verdes azulados.

Desvenda os seus segredos mais intimo;
O segredo da alma de seu sorriso,
Sorriso da paixão incontrolada, mortal;
Sorriso meigo de uma mulher fatal.

Idas e vindas de duas vidas distintas;
O carvão bruto que transforma-se
Na mais impressionante pedra preciosa,
Bela e feroz como uma natureza nervosa.

O desejo no andar molemente suave,
A fala mansamente leve, sempre, breve?
Forte como a Morte que mata e leva seus mortos;
Medrosa como o Sol que se esconde ante a Lua;
Menina, imprevisível como uma mulher nua.


domingo, 18 de março de 2012

CERTEZA

Sem ter tudo que quero
Sempre quero o impossível
Para mim a vida é um exagero
A verdade é inverossímil


Tenho certeza plena do amor
Cultuo teu peito com grandeza
Sua alma tem cheiro e sabor
Me enveneno no doce da sua beleza


Não quero a mentira repetida
Não engane a você nem a mim
Me dê a sua verdade absoluta
Seja começo, meio e fim


Não se perca do seu caminho
Encontre em mim seu porto
Suave como um bom vinho
Te darei carinho e conforto


Queira o amor com muito amor
Terás uma nova vida inteira
Com amor mostre o seu valor
Queira alguém que te queira...

quinta-feira, 15 de março de 2012

TANGO



Uma dança em Buenos Aires...
Um toque no ombro, um desejo oculto;
Um rosto em um movimento,
Com graça numa praça.

Uma dança em Buenos Aires...
Fazendo flutuar a imaginação;
A paixão pela paixão
A  inocência da indecência .

Uma dança em Buenos Aires...
Deslizantes e fascinante;
Contrário ao compasso do coração,
O desejo de um beijo.

Uma dança em Buenos Aires...
Sedução em movimentos,
A dramatização dos sonhos;
Alegria, alegria; fantasia!

Um tango...
Dançando com Ale, ali;
A sedução transformada em desejo,
Um paço no compasso.

sexta-feira, 9 de março de 2012

COISAS DO CORAÇÃO


*Texto produzido por Brunna Ellen, minha aluna, e com um talento incrível.


     O coração dela batia incansavelmente, batia forte e com algo a mais. Naquele instante já não se sabia de mais nada, a não ser do seu coração e dos nomes que continham ali dentro, trancado, a sete chaves, às quais, ela carregava em sua boca. Algumas dessas chaves se perdiam nas palavras dela. Não era muito cuidadosa, se fosse não andaria por ai falando do seu coração, que vivia trancado, preso. Mas ainda sim ela não me escutava, talvez por não acreditar nas minhas doces palavras que em seus ouvidos transformavam-se em discursos  infinitos sobre o amor. Não eram conselhos, eu não gosto de dar conselho a ninguém, ainda mais para mim que me perdia dentro do infinito de possibilidades da vida.  Ela sorria, mas nem por isso parava de pensar na vida, porque, ela sim é menina direita e guarda as melhores coisas de mim para mim. Isso é quase um desabafo, afinal, menina moça que se preza guarda pra si todos os seus desejos, fala de amor com sentimento nos olhos, se lembra de tudo que sonhou na noite passada, se apaixona loucamente por idiotas, imagina situações que nunca irão acontecer, conversa consigo mesma, faz de um beijo um teste de amor e devoção às coisas que nem o coração entende, coisas de adolescentes imaturas, de meninas. Ela é especial, ela é ela, por ser essa, sempre será a mais bela.

     Um dia desses quero conhecer uma menina tão à frente do seu tempo quanto essa que descrevo, quero ver até onde ela vai, até onde seus pensamentos criativos chegarão.


(ELLEN B.)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

CORTESÃ

Um salto de gata no cio
Uma Palma em seus cabelos
Coroando uma virgem grega
Em movimentos lineares
Agita as longas tranças negras
Enroscadas como uma serpente
Os rins se retraem em um requebro sexual
Os braços arqueados em cruz
Uma garrafa de champanhe esvaziada
Em seus lábios fervilham espumas
Num rugido se rasga a seda
Surge o mais lindo espetáculo da natureza
Da boca, em um suspiro febril,
Sai uma sensação de gozo voluptuoso
Que faz estremecer todo seu corpo
Seus lábios pedem um beijo soluçante
Nos desejos trêmulos que borbulham
Deixando transparecer sua sublime beleza
Escondida em seus segredos mortais
Beleza de feiticeira, de menina, de mulher
Onde se paga para ter o prazer
Prazer sem limite neste corpo satânico
Um prazer linear, um prazer de querer
Não querer o prazer de uma vida sã
Mas o prazer da mais bela das cortezãs.  

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

"CLARICE"

Sou um filho da insensível esperteza:
Sempre quero ter, poder, manter, manipular.
Sou um conjunto quebrado de um todo,
Da astucia misteriosa do ser humano.
Somente um dentro de mim...uma unidade.
E tomo tudo de você, seu vazio interior;
Sua alma sem brilho e errante.
E mesmo assim não te amarei...