terça-feira, 29 de maio de 2012

ODE À VIDA


Um fardo pesado nos ombros
Talvez a sina crua de um destino
Onde a benevolência há muito se foi
E o que ficou foi apenas o peso pesado da vida
Um fardo para o corpo, outro para a alma
Não há lástima, não há lágrimas, nem recusa
Só o conflito de um coração machucado
Diante das desventuras amargas do destino


Há um cansaço lastimável da alma
Onde a desistência da vida é inevitável
A única resistência ainda é a corporal
Reduzida apenas a um fio triste de teimosia
Teimando em não aceitar o implacável fim
A inevitável derrota da vida, da esperança
Quando a única alegria é o fim do sofrer
O fim do querer, do ter, do poder, do viver

A luta contra o inevitável é enfadonho
Esmurrar ponta de faca é pedir para sofrer
Preparando a mente para uma longa loucura
A insanidade é a cura para todo sofrer da alma
A morte à cura, para as chagas do corpo
Um corpo já morto, esmagado pelo peso amargo
O pesado fardo chamado desprezo, o desprezo do amor
Renunciando tudo, e a todos os sentimentos
De transformação da razão em emoção.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

FEITIÇO


Amor sem noção
Eu fico tipo assim
Meio que sem jeito
Sua imagem no espelho
Sem jeito do seu jeito
Jeito de menina
Jeito de mulher
Mulher criança
Mulher fatal
Perco a razão
Perco o juízo
Lhe entrego minha vida
Me faço poeta
Enalteço teu feitiço
Amaldiçoando sua paixão

terça-feira, 8 de maio de 2012

SABIÁ


Sabiá, sabe-se lá
O que ninguém sabe.
Sabiá não canta,
Disfarça seu choro
Em um canto triste.
Sabiá! Sê quem não é:
Sê prisioneiro
Do homem burro,
Que vê alegria
Na sua tristeza .
Sabiá grita liberdade,
Liberdade para cantar;
Cantar ao invés de chorar
Na prisão, Sabiá!