domingo, 22 de abril de 2012

POBRE HOMEM


Um homem caminhava cambaleante,
Ultrajado e ferido em seu orgulho,
De sua boca saia um grito silencioso;
Olhar triste e desesperançoso.


Nada se entendia em sua angustia,
Angustia suplicantemente doentia.
O olhar pálido de um moribundo,
Sofrimento imposto por nosso mundo.

O ultrajante declínio moral do ser humano
Em uma sociedade suja e imoral,
Que castiga implacavelmente seu cidadão
Deixando-lhe indefeso e sem reação.

Pobre homem que grita em silencio,
Desesperado em seu pedido de socorro
À espera de uma única e simples moeda,
Que o faça dar mais um passo nesta vida.


Sobrevivência torturante e dolorida
Em seu corpo e em sua alma,
E o próximo esta tão próximo e finge não ver
Uma mão estendida se fazendo perceber.

Sua sina me deixa sem rima;
Siga seu destino meu irmão
E que DEUS nos dê seu perdão.




CHORO


Estranho é esse canto que eu canto,
Que não tem nada de encanto;
Somente a lamuria de um pranto.

Estranho é esse canto que eu canto,
A agonia pálida de uma morte anunciada,
Convulsão epilética de uma estátua..

Estranho é esse canto que eu canto;
Nada existe na alegria dessa vida bandida,
Só restou uma melodia moribunda e atrevida.

Estranho é esse canto que eu canto,
Um gemido de uma dor chorada;
Um grito e uma revolta.

Estranho é esse canto que eu canto,
De um caminho sem sinais;
De um adeus até nunca mais.

sábado, 21 de abril de 2012

ESMERALDA


Um destino marcado,
A negritude revoltada,
Um carinho amarrado;
Esperança anunciada,
Olhar de inocência,
Sorriso de rainha;
Esmeralda, pedra verde,
Verde como a vida;
Madura como a morte,
Que vida sem sorte;
Um pão, uma mão,
Um gesto sem ação,
Palavra mortal...

Desnutrição.

quarta-feira, 11 de abril de 2012


A morte é violenta e brutal,
Ela arranca a vida pela raiz
Para não dar chance de renascer.
Para viver, e depois morrer
Sem saber o que é morrer;
Enquanto viver a vida perdida.
Perdida é a chance da vida viva,
E que venha como uma criança
Inocente e justa;
E que me leve bem leve
Em seus braços negros,
Na brisa gelada do seu voo
Para o além do nada,
Onde o tudo é o nada pleno.