terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SATISFACTION

Sentindo um grande vazio no corpo
E a calma da minha vida, vive sorrindo;
Com a intenção simples de fazer acontecer
A palidez dos gestos das minhas atitudes;
Revolta das atitudes contrárias às ideias
Curtas e chulas, mentirosamente putas;
As putas que nascem da minha mente
Vendidas e cafetinadas a preço de banana
Pela intelectualidade pastante ruminante;
Possuído de uma enganosa verdade distraída,
Caminhando rumo à alienação nazista,
Cantando “Satisfaction” feliz da vida;
Adoecido pela síndrome da fila penosa
Caminhando de cabeça baixa na fila da morte,
A espera consciente da redenção eterna.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

TOMBO

Pedra solta, pedra vadia;
Um movimento em falso
Um pé sem fé, frouxo;
O chão frio e cruel,
Um osso que se quebra
Sem pressa, e uma dor
Que se cura: compressa;
Depressa, na cama com fama;
Solidão em vão na multidão
E cadê o Doutor, doutor?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CAVEIRÃO

Teu nome é medo
Sobrenome terror
Pai da morte
Irmão do pavor


Cor negra
Furtiva e sombria
Feito pro bem
O mal é sua energia


Pra uns maldição
Outros redenção
Quando se vai
Deixa dor no coração


Blindado para proteger
Mais também pra matar
Atira primeiro
Pra depois perguntar


Sinistro na escuridão
Com fuzil em lugar de chicote
Castiga a população
Com uma fúria debiloíde


Anjo negro teu nome é CAVEIRÃO.

CHORO

Estranho é esse canto que eu canto,
Que não tem nada de encanto
Somente a lamuria de um pranto;
Estranho é esse canto que eu canto,
A agonia pálida de uma morte anunciada,
Convulsão epilética de uma estátua.
Estranho é esse canto que eu canto,
Nada existe na alegria dessa vida bandida;
Só restou uma melodia moribunda e atrevida;
Estranho é esse canto que eu canto,
Um gemido de uma dor chorada,
Um grito e uma revolta;
Estranho é esse canto que eu canto,
De um caminho sem sinais,
De um adeus e até nunca mais.

ESMERALDA

Um destino marcado,
A negritude revoltada,
Um carinho amarrado;
Esperança anunciada,
Olhar de inocência,
Sorriso de rainha;
Esmeralda, pedra verde,
Verde como a vida;
Madura como a morte,
Que vida sem sorte;
Um pão, uma mão,
Um gesto sem ação,
Morta na desnutrição.

sábado, 5 de novembro de 2011

PORTA-BANDEIRA

Flutuando no ar e brilhando ante a lua,
Em uma indizível torrente de graça,
Um andar tão suave que o esconde...
Alicerce do outro que é seu, sozinha;
Seu ato secreto de estar sozinha
São suas fases que vem e que vão;
Entre os movimentos magnéticos no chão,
Fundindo maestria com magia em quem via
E seu rodopio é uma vertente estendida
De um corpo fluindo da criação.
Um apelo da beleza de um anjo, onde dança,
E nesta dança acompanhada
Tem no peito uma solidão paciente;
És a pureza do vendaval na flor mais pura,
A linguagem dos seus movimentos,
Aos ouvidos, são formas de um canto invisível,
Uma portadora dela que te transporta;
Detentora da honra da representação
Você é a porta-bandeira de uma nação.



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DARCELI

Dar-se mulher amiga
Dar-se de corpo e alma
Dar-se mãe feroz
Dar-se o coração
Dar-se esposa vibrante
Dar-se também estudante
Dar-se implicante
Dar-se alegria em sorriso
Dar-se a felicidade da vida
Dar-se quando e onde quiser
Dar-se para quem merecer
Dar-se de corpo alma e mente
Dar-se aqui, lá, acolá...
Dar-se ali.
          (homenagem à uma grande amiga)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

POETAR

Ser poeta é viver duas vidas,
Uma vida viva e outra morta;
O poeta é o parteiro do amor
Na essência da concepção;
O poeta é um matemático,
Onde na soma de um mais um
Que resulta em três ou mais;
O poeta é o choro da dor
Na agonia do doente;
A poesia é a rebeldia da escrita
E o poeta é a revolta da razão;
O poeta é a contramão do mundo
Na ida e na volta,
No seu giro em sua volta.
O poeta é um plantador de semente
Um encantador de serpente;
Não escreve, psicografa o irreal.
Não é paranormal, nem normal;
O poeta tem alma de louco,
De um louco escritor.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

OLHOS

A cor dos seus olhos fascinam
Tem um brilho quente e vibrante;
Carregam o poder da sedução
E a sensibilidade da emoção.


Pelo olhos enxergamos a alma,
Sentimos o pulsar do coração,
Conquistamos a felicidade,
Confundimos sonhos com realidade.


A magia do seu olhar
Tem o encanto das serpentes;
É predadora implacável
Que domina de forma inapelável.


Qual a cor dos seus olhos?
Verde, azul, amarelo...preto?
Da cor do céu, de uma flor?
Da mata ou a negritude do condor?


Basta um movimento com os olhos
Pra mostrar dominação;
No coração uma flechada certeira
E vou te amar a vida inteira.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

BEIJO NA BOCA


Boca macia, gostosa,
Boca sedutora, provocadora,
Boca que pede, que chama,
Boca ardente que inflama.


Beijo a muito esperado,
Beijo que vai ser beijado,
Beijo sonhado, beijo demorado,
Beijo de loucos, beijo jurado.


Boca sedutora que apaixona,
Boca vil que me mata de paixão,
Boca de manga- rosa,
Boca que me devora.


Beijo explosivo,
Beijo para faltar oxigênio
Beijo de mulher amante,
Beijo veneno de serpente...

SER E TER

Quero ser alegre e triste
Quero ter virtudes e defeitos
Quero ser aprendiz e professor
Quero ter erros e acertos
Quero ser o Sol e a Lua
Quero ter paz e alegria
Quero ser o amor da amante
Quero ter o prazer de ser amado
Quero ser o feio do bonito
Quero ter um equilíbrio inconsciente
Quero ser a rosa e o espinho
Quero ter feridas e cicatrizes
Quero ser a razão da insanidade
Quero ter paixão e compaixão
Quero ser a água salgada no rio corrente
Quero ter a imensidão para voar
Quero ser a mentira verdadeira
Quero ter a coragem da sinceridade
Quero ser seu cheiro de homem
Quero ter seu perfume de mulher
Quero ser o seu laço de fita
Quero ter forças para dizer:
Quero ser pra ter o poder de viver.

VIDA

Vou falar da vida
Vida amiga,
Vida bandida,
Vida doce,
Vida amarga.


Vida grandiosa,
Vida amorosa,
Vida amada,
Vida vadia,
Vida vida,




Vida pra ser vivida,
Vida pra ser perdida,
Vida pra ser concebida,
Vida pra ser criada,
Vida pra se ter outra vida.


Vida semente,
Vida esperança,
Vida fruto divino,
Vida raiz do mundo,
Vida eterna.

AMOR FELIZ

Estou no caminho da vida,
O vento sopra em meu rosto;
A Lua e o Sol estranham-se no céu
Num eterno jogo de sedução;
Uma canção de amor ecoa no espaço,
O som que viaja rumo ao infinito;
A paisagem é alegre e colorida,
Numa profusão de sorrisos,
Num contagio constante de quem passa;
As flores e folhas espalhadas pelo chão
Transformando ruas e avenidas,
Em anuncio do Outono presente;
E eu de passagem comprada para essa viagem,
Em uma loucura plena de felicidade.
Para onde eu for carrego um coração feliz;
Consigo não fazer saudades futuras,
E trago para perto a alegria da presença,
Na doce visão que sai da minha imaginação
Refletindo você em mim e eu em você.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PARABÉNS PRA VOCÊ

Em seu rosto posso criar e recriar
O brilho da juventude dourada;
Confundir o antes e o depois,
Desenha-la de flores, com cores,
A experiência viva de amores.
O medo de tudo e de todos;
Da entrega, do preconceito, de ter medo;
O gosto amargo dos dissabores ,
Novamente o antes e o depois.
Mas seu tempo é de coragem,
Com entusiasmo e disposição
De encarar a vida e convida-la,
Desafia-la, enfrenta-la, domina-la;
E cada segundo que passa
É o novo que chega e passa,
Mas é sempre o novo que chega
E esse novo, de novo, é o seu PRESENTE;
O novo que sempre se fará presente
Em quantas vezes se fizer necessário,
E essa é a melhor idade da sua vida;
A felicidade instantânea,
Que dura o tempo preciso
Que for preciso.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

MONSTRUOSIDADE

Nascida de uma visão psicodélica,
Da alucinação andrógena do homem;

Ato irracional da raça humana,
Monstruosa criatura do mal;

Alimenta-se da esperança alheia
Tem poder de destruição mitológica;

Não tem força que o derrote, é invencível.
Mesmo os que o vencem, perdem;

Mentira e persuasão são suas armas
De possessão e destruição;

Essa criatura abominável chama-se:
ELEIÇÃO.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

POBRE RIO

Pobre Rio,
Que se alimenta de paz
E vomita violência;

Pobre Rio,
Compra ética
E vende corrupção;

Pobre Rio,
Onde adoece
Se curando;

Pobre Rio,
Do rico Rock in Rio
E da pobreza do Carioca

Pobre Rio
Que anuncia musica
E exibe bala de borracha;

Pobre Rio,
Onde a Justiça Juíza
É morta por bandido policia.

sábado, 1 de outubro de 2011

SEM NOÇÃO

Todo mundo corre pra mim,
todo mundo, todo mundo;
a podridão: a vida sem noção,
a dignidade num poço sem fundo;

Me divido em partes ruins,
Meu coração amargo
Dou à multidão sem pão,
Minhas entranhas estranhas,
Cozidas, à elite sem noção.


Sem vontade de mim,
Apodreço minha parte boa:
Tristeza e agonia;
Um cérebro que delira e caçoa.


A derrota da inteligência

Estúpida e burra,
Como um rio e sua terceira margem,
Somente mente e mata:
O povo e a linguagem.